Penadinho: Vida | Review

“Penadinho – Vida” é o sétimo título do selo Graphic MSP, que permite que novos artistas possam demonstrar uma nova visão dos personagens clássicos da Turma da Mônica. Aqui temos uma versão nova do fantasma Penadinho e sua turma que moram no cemitério, na Cidade dos Mortos. A premissa da HQ é bem simples, Penadinho descobre que sua alma gêmea, Alminha, está prestes a reencarnar e então decide finalmente se declarar para a amada depois de mais de 30 anos.

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A primeira coisa que se destaca nessa graphic novel são as reformulações que os autores Cristina Eiko e Paulo Crumbim impuseram para a história, desde a óbvia mudança nos personagens principais, até a ambientação de cada cenário, incluindo aí elementos novos como a Casa da Mãe e a casa da Colina. Os personagens estão mais macabros, se comparados com suas versões originais, mas não estão tão macabros assim, ainda possuem elementos característicos das suas versões mais conhecidas, e o cenário quase que completamente soturno contribui para isso.

O tema da HQ ultrapassa a obviedade, no entanto, quando não se propõe a tratar da morte, e sim do fim dela. Penadinho sempre guardou para si o seu amor por Alminha por achar que tinha toda a eternidade pela frente, e ao se ver diante de uma situação que acaba com essa certeza, o fantasma precisa aprender a lidar com os seus sentimentos. Muito mais do que uma história de amor, “Vida” é uma história de como Penadinho lida com esse sentimento.

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Um destaque é a homenagem a games que a revista faz

Apesar disso, o principal problema da revista se encontra no roteiro, que apesar de ser bem útil ao permitir que os autores possam explorar diversos cenários e situações, é bem simplista e por vezes até supérfluo. Em vários momentos achamos que algo está acontecendo por uma razão e nada acontece a ponto de justificar a necessidade, como quando os capangas do Sr. Crowley param em uma lanchonete simplesmente para tomarem um milkshake, e é isso.

cidade-dos-mortosApesar de ser extremamente divertido ver toda a turma do Penadinho reunida em uma aventura pela madrugada, esses personagens coadjuvantes não são muito necessários para o andamento da história. Tivessem sido descartados, não fariam falta alguma, Penadinho poderia ter ido sozinho para a casa do Sr. Crowley atrás da Alminha que o fim teria sido exatamente o mesmo. Ainda mais se considerarmos a fraqueza do Sr. Crowley como vilão. Ao chegarem em sua mansão, os personagens são recepcionados pelo dono e são levados diretamente para o Jarro no qual Alminha se encontra aprisionada, ou seja, o próprio vilão entrega seu plano de bandeja. E vejam só, basta um remexido das almas presas e uma ajuda dos minions versão capetinhas (ajudantes do vilão, diga-se) para o jarro se quebrar e todas as almas serem libertadas. Como ninguém nunca tinha pensado nisso?

Ou seja, todo o percurso pelo qual os personagens passaram parece inútil no fim, já que nada parece ter muita relevância para o desfecho. Até uma ótima oportunidade, como a revelação do Lobi, que poderia ter sido usada na destruição do tal Jarro, é perdida. No fim, apesar da nova roupagem, não há muita inovação na história dos personagens, algo que foi possível com Astronauta: Magnetar. Apesar disso, é uma HQ dinâmica, que chega a divertir.

Cotação-3-5

“Penadinho: Vida” – 2015
História e Arte:
Paulo Crumbim e Cristina Eiko
Editora Panini
80 páginas
Disponível em capa dura e brochura

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