O primeiro título da Graphic MSP ficou sob responsabilidade do paulista Danilo Beyruth, criador do personagem Necronauta, herói cuja missão de transportar as almas dos mortos. Em Astronauta – Magnetar, Beyruth adota um tom mais adulto ao personagem, que aborda como tema central o reflexão de escolhas que fazemos durante a vida, e a solidão do espaço é o ambiente ideal para tal reflexão.
Primeiramente em relação ao traços, é possível perceber logo de cara uma mudança brusca. Antes rechonchudo e com traços mais curvilíneos, Astro ganha uma nova roupagem (literalmente) e se apresenta como um homem com traços bem mais finos, entretanto, notável é a intenção de Beyruth em casar essa nova visão do personagem com características já conhecidas do público, o icônico topete ainda se encontra ali e a nave espacial, embora maior e mais funcional, mantêm a sua essência.
Falando na nave, outro ponto positivo é podermos conhecer melhor o interior desta, o que em alguns momentos lembra a TARDIS do Doctor, devido à sua dimensão interna. Essa repaginada trouxe um ar mais realístico à ficção, e podemos perceber isso ao lidarmos com Astronauta (sim, esse é o nome dele!) tentando sobreviver em um asteroide.
O destaque maior, porém, diz respeito ao roteiro que pega emprestado diversos temas já discutidos em filmes e aborda-os de maneira eficaz. Assim, não se assuste se achar alguma similaridade com “Náufrago” de Robert Zemeckis com Tom Hanks no elenco. Embora não tenhamos muito alívio cômico aqui, e nem um companheiro durante toda a trajetória (Wilsooooon), a essência é trabalhada de modo primoroso.
Ao se deparar com a solidão, Astro começa a refletir sobre suas ações que o levaram a estar preso naquele lugar, não só por um erro técnico, mas igualmente por ter abandonado a vida na Terra para ir em busca do novo, do desconhecido. O desconhecido no caso é o Magnetar, uma espécie de uma estrela em processo de morte, curiosamente o personagem enfrenta o mesmo problema, mas sem a testemunha de ninguém por perto.
“Astronauta – Magnetar” – 2012
História e Arte: Danilo Beyruth
Cores: Cris Peter
Editora Panini
80 páginas
Disponível em capa dura e brochura
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