Livre | Crítica

livre3Em 1995, a americana Cheryl Strayed (Reese Witherspoon) tomou uma decisão extrema: completar sozinha todo o trajeto da Trilha do Cume do Pacífico. O motivo foi a chegada a um ponto insustentável de sua vida. Após um intenso período de comportamento autodestrutivo, Cheryl precisou lidar com o divórcio do homem que amava (Thomas Sadoski) e com a dolorosa morte de sua mãe, Barbara (Laura Dern).

Anos depois, resolveu contar sua história em um livro, que por sua vez acabou se tornando Livre, a versão cinematográfica para esta caminhada espiritual de mais de 1,7 mil km pelos Estados Unidos.

O filme mostra as dificuldades enfrentadas por Cheryl durante a peripécia, geralmente tentada apenas por homens, ao mesmo tempo em que a jovem relembra os eventos de sua vida que a levaram até ali. Isso significa que é aos poucos, ao longo do filme, que descobrimos quem a personagem realmente é e quais razões fizeram-na tomar essa decisão.
livre2Vemos, por exemplo, Barbara, uma mãe dedicada que, apesar da pobreza e escassez de recursos, procura sempre manter o bom humor e o otimismo. Apesar de ser um papel bastante convencional, que poderia se tornar pouco interessante, Dern consegue conferir à personagem um carisma irresistível, o que acabou lhe rendendo uma indicação ao Oscar.

O foco, porém, está em Witherspoon, que aparece em praticamente todas as imagens do filme. A atriz, que andava sumida dos holofotes, se porta admiravelmente bem e carrega nas costas de maneira exemplar esta história de superação e autoaceitação.

Após o irregular Clube de Compras Dallas, com Livre o diretor Jean-Marc Vallée consegue construir uma trama sólida. Embora esteja longe de ser um filme surpreendente ou empolgante, ele consegue ainda assim fugir de alguns lugares comuns e da armadilha das emoções baratas.
livreDe fato, o longa é muito menos manipulador do que se esperaria. Até mesmo os ensinamentos que a longa caminhada dão a Cheryl raramente são verbalizados ou mostrados de forma excessivamente didática. O público é obrigado a descobrir o resultado dos eventos externos sobre a psique da protagonista através dos trejeitos e reações da atriz, que corresponde de forma adequada.

E este acaba sendo mesmo o principal mérito do filme, que é também relativamente muito menor que o anterior dirigido pelo cineasta. Embora não seja perfeito, ele encontra uma base inteiramente segura na performance de suas principais atrizes. Se a Academia buscava a forma mais justa de homenagear a obra, não poderia tê-lo feito de forma mais correta.

Cotação-3-5Livre - poster nacionalLivre (Wild)

Direção: Jean-Marc Vallée

Roteiro: Nick Hornby, baseado no livro de Cheryl Strayed

Elenco: Reese Witherspoon, Laura Dern, Thomas Sadoski, Keene McRae, Michiel Huisman, W. Earl Brown, Gaby Hoffmann, Kevin Rankin, Brian Van Holt, Cliff De Young, Mo McRae, Will Cuddy, Leigh Parker, Nick Eversman, Ray Buckley, Randy Schulman, Cathryn de Prume, Kurt Conroyd, Ted deChatelet, Jeffree Newman, Lorraine Bahr, Jerry Carlton, Kevin Michael Moore, Debra Pralle, Gray Eubank, Anne Sorce, Charles Baker, J.D. Evermore, Beth Hall, Jan Hoag, Carlee McManus, Art Alexakis, Anne Gee Byrd, Evan O’Toole, Jeanine Jackson, Jason Newell, Barry O’Neil, Rich Morris, Bobbi Strayed Lindstrom, Robert Alan Barnett, William Nelson, Tony Doupe, Dan Considine, Andrew Saunderson, Greg James, Orianna Herrman, Brian Borcherdt, Eric D. Johnson, Matt Pascua, Eric Carter, John Dickerson Jr., Denise McSweeney, Alina Gatti, Henry Shotwell, Cheryl Strayed, Zackry Ayres, Joseph Thomas Bailey, Sara Bailey, Brett Barron, Vincent M. Biscione.

Gênero: Drama

Duração: 115 minutos

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Um comentário

  1. assista “Tracks” , indie australiano que é a mesma coisa com a Wasikowska e bem melhor, e depois compare com esse filmeco da Whiseporth.. credo

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