Uma das coisas que mais me chama atenção em Once Upon a Time é a maneira curiosa como ela combina os mais diversos contos de fada de maneira orgânica em uma única história coesa. Desta maneira, não é surpresa atestar como os roteiristas conseguiram inserir a aguardada participação do Capitão Gancho na temporada sem precisar arrumar grandes floreios para este fim.
Revisitando a história daquele que seguramente é o personagem mais interessante de toda a série, The Crocodile aborda um gancho (com o perdão do trocadilho) do passado de Rumpelstiltskin que havia ficado por contar – quem era e o que aconteceu com a mãe de Bae? Em que circunstâncias ela abandonou o marido e o filho? É claro que de certo modo o episódio repete o truque que a série já havia feito com A Bela e a Fera, e de um jeito um tanto mais forçado. Afinal o papel de “Fera” cai muito melhor em Rumple do que o de “Crocodilo”, mas ainda assim a forma como tudo se amarra ao final é interessante o bastante para que perdoemos isso.
Abraçando cada vez mais a redenção como tema maior da temporada, Once Upon a Time se esforça para deslocar seus tradicionais vilões desse posto. Assim, se em We are Both vimos Regina entendendo que precisará mudar seu jeito de ser para poder conseguir o carinho de seu filho Henry, aqui vemos como o amor por Bela faz Mr Gold admitir suas fraquezas e finalmente se abrir sobre seus objetivos (não que isso tenha sido alguma surpresa). Em contrapartida, a série entende que sem vilões sua história estaria seriamente comprometida, e é aí que entra Cora, a cruel mãe de Regina (que eu acredito se tratar da Rainha de Copas), e agora, é claro, o capitão Killian Jones (a.k.a. Gancho).
E o que dizer, afinal, da versão da série para o famoso rival de Peter Pan? De imediato digo que não foi muito intimidador. Talvez o ar galã do ator não tenha ajudado na caracterização – que espécie de pirata usaria delineador de olhos (e não me venham com Jack Sparrow) ? Mas talvez eu esteja exigindo demais, afinal se trata de uma série teen, e a Capricho precisa de colírios para por na sua capa. É compreensível.
Espero que o personagem, diferente do seu clássico inimigo, não tenha medo de crescer.
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Engraçado que a atruação do Rumpelstiltskin parece exagerada de uma maneira não muito boa, e a do Sr. Gold é contida, na medida certa.
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Concordo com você. Apesar de entender o paralelo (Rumple vive o clássico vilão de contos de fadas, e aí existe toda uma gama de trejeitos que compõe o esteriótipo, ao passo que o Mr Gold se adéqua à sobriedade do mundo real), a caracterização exagerada do Rumple me incomoda às vezes. Já Mr Gold sempre surge interessante, mal dá para acreditar que se trata do mesmo ator.
Obrigado pelo comentário, Marcelo!
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